POR OUTRO LADO: VISUALIZAÇÃO 3D DE ESCULTURAS EM CAVE
Responsável pelo projeto: Aurelio Antônio Mendes Nogueira
O projeto Por outro lado: visualização 3D de esculturas em cave visa o aprimoramento profissional dos pesquisadores do Laboratório LAMIE na aquisição de conhecimento de novas tecnologias voltadas para os meios interativos eletrônicos na área de artes e arquitetura somadas às experiências e aos conhecimentos dos recursos computacionais, dos recursos de programação, de aplicativos comerciais e gratuitos disponíveis via internet e de sistemas de visualização estéreo aplicados à Cave e às salas de visualização.
A concepção do projeto estabelece nichos de qualidade, oferecendo uma referência para otimizar os estudos das artes visuais e da arquitetura através da imagem tridimensional virtual. Assim sendo, trata as vistas das projeções para a oferecer a compreensão da imagem e sua representação formal, simbólica e cultural em diferentes níveis de escolaridade, auxiliando, também a prática didática nas áreas afins. A vista disso, o projeto pode identificar lacunas a serem preenchidas, revelando ampla gama de atributos, como por exemplos, a saber:
• desencadear um processo inovador na questão da criação de ambientes reais e sintéticos na área das artes visuais, com tecnologia de Realidade Virtual (RV), no sistema de Virtual Heritage (VH), de baixo custo com diferentes aplicações;
• atingir um melhor desempenho global nos estudos das artes visuais brasileiras e na criação de bancos digitais das obras de arte, qualificação de recursos humanos, treinamento de mão-de-obra em recursos tecnológicos para produção, qualidade e custos e flexibilidade;
• Permitir através do projeto um avanço tecnológico que se multiplique em novas aplicações e processos produtivos educacionais.
Ressalta-se que o projeto não envolve a criação de software e de hardware, mas cria ferramentas auxiliares que conjugadas com o uso de equipamentos adequados proporcionaram um ambiente de trabalho integrado, possibilitando a incorporação de conhecimentos aos pesquisadores como usuário e operador de software e de hardware, o que se caracterizou pelos processos propostos no projeto.
A vista disso, o Professor Aurélio Nogueira observou que o processo criativo tem de considerar todos os aspectos contemporâneos de possibilidades de produção do espaço real e virtual. Desta forma, o projeto Por outro lado: visualização 3D de esculturas em CAVE se apresentou coadunado com o pensamento da artista digital, professora e criadora do Curso de bacharelado em Artes Visuais – Escultura da EBA/UFRJ Simone Michelin, também uma das precursoras da arte digital no Brasil, que identificou.
“…a necessidade de contemplar o amplo espectro de procedimentos que compõem o cenário da escultura na arte contemporânea levou a expansão do conceito de espaço e a multiplicação dos modos de produzi-lo, que agora envolvem todas as tecnologias de ponta, dos novos materiais ao ciberespaço…A prevalência das novas ferramentas e tecnologias baseadas na informática e nas telecomunicações ampliou de tal forma o campo de atuação e investigação da arte que é impossível continuar a ensinar “escultura” sem que essas novas possibilidades sejam incorporadas. “(MICHELIN, 2009)
Para o desenvolvimento do projeto, os pesquisadores do laboratório LaMIE; arte, arquitetura e meios eletrônicos interativos contam com uma sala de visualização portátil que foi adquirida através do edital de Difusão e Popularização da Ciência e Tecnologia no Estado do RJ, em 2008, com o projeto: Produção e utilização de espetáculo de dança com meios interativos e eletrônicos de visualização celular e molecular para difusão da Bioquímica. O conhecimento e o emprego das técnicas adquiridas neste projeto só foram possíveis graças à conjugação das experiências profissionais vivenciadas pelo coordenador Aurélio Nogueira do laboratório LaMIE nos grupos de pesquisa do Prof. Dr. Marcelo Zuffo, coordenador do Grupo de Computação Visual e Meios Eletrônicos Interativos do Laboratório de Sistemas Integráveis do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) e do Prof. Dr. Gerson Gomes Cunha, coordenador do Grupo de Realidade Virtual Aplicada do Laboratório de Métodos em Engenharia e responsável pelo Centro de Visualização da Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, tornando-se possível uma nova perspectiva para os pesquisadores do LaMIE com estas técnicas assimiladas. Assim sendo, o projeto desenvolveu o Protótipo 1, considerando a CAVE como um dos espaços de experimentação artística, demostrado a abaixo:
Protótipo 1: Escultura interativa de Victor Brecheret: Modelagem 3D e exportação do modelo para o motor gráfico 3D (Ogre).
Visualização em Cave do protótipo 1 desenvolvido
A partir desses resultados estão sendo desenvolvidos os seguintes projetos, a saber:
A identidade QRCODE nos espaços de experimentação artística
Para tratar as poéticas do espaço que compõem o universo artes visuais em linguagens de configuração bi e tridimensional realizadas em procedimentos que envolvem desde a argila até o espaço virtual cibernético, os pesquisadores do LaMIE procuraram articular a teoria das artes visuais e a prática artística e elaboraram o projeto A Identidade QR CODE nos espaços de experimentação artística.
Apresentação do Clipe do projeto QR CODE
Poéticas da realidade alternativa: a impressora de cerâmica 3D reproduzindo artesanias na CAVE
Em 2021, a partir do conceito da fita de MOEBIUS, estudado no projeto A identidade QRCODE nos espaços de experimentação artística e do trabalho “Caminhando” da artista Lygia Clark (1963)1, os pesquisadores do LaMIE vem investigando a artesania do gesto como potência do trabalho artístico em cerâmica, a técnica do acordelado da Cerâmica Jômon de 14.000 a.C.2, para desenvolver recursos de projeção na sala de visualização LaMIE e reproduzir parcial ou totalmente estes artefatos em impressora 3D de Cerâmica3. A partir desta ousada experiência, pretendem intervir nas formas modeladas, ressigificando-as em proposições de práticas artísticas e educacionais, aplicando o conceito de realidade alternativa, no qual qualquer alteração feita faz com que surja uma nova realidade em arte.
1 (PINTO, Regina Célia. Quarto olhares em busca de um leitor: mulheres importantes – arte e identidade. Rio de Janeiro: Dissertação de mestrado História e Crítica da Arte – Escola de Belas Artes – UFRJ, 1994. )
2 (https://site.aliancacultural.org.br/jomon/)
3 (Projetos parceiros no LAB 01 EBA/UFRJ, Laboratório de Cerâmica – FAU/UFRJ e LAMO/FAU/UFRJ
• “Impressão 3D aplicada à arquitetura: estudo de habitação de baixo custo” que teve os resultados iniciais apresentados na SIAC 2018 e prossegue com estudos de pastas cerâmicas para impressoras 3D.
• “Design de formas de impressão 3D: aplicação de novas tecnologias no campo da arquitetura”- menção honrosa na SIAC 2019, prosseguir desenvolvendo formas e tipos de moldes para reprodutibilidade)




